quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dois Mundos (Luis Adriano Correia)


Vivo plenamente a dinâmica do "partir"
Nas idas e voltas do medo e do novo
Percebo a essência do amor pelo povo
Procurando em mim mesmo encontrar o "Servir".

Estamos num mesmo espaço
Talves desumano e complexo
Neste mesmo espaço dois mundos
encontram-se tão paralelos.

Por cima das nuvens: A Calma
Bem abaixo delas: O Caos

Os gritos por igualdade
são desse jeito abafados
Por essas nuvens de calma
Enquanto se bate palmas
Aceitando ser neoliberal.


Poesia escrita em algum lugar do espaço aéreo brasileiro entre Guarulhos e João Pessoa no dia 07 de dezembro de 2009.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dialética do Orgasmo (Luis Adriano Correia)


A vida é uma busca itinerante por orgasmos
A cada vez que sinto novas sensações
Busco dar sentido a antigas emoções
É simplesmente por isso que afirmo:
O orgasmo é o principal objetivo de qualquer indivíduo.

Encontramos sim a felicidade
Nesses pequenos intervalos de tempo
Em que os orgasmos nos permitem
Coletar significantes amostras de bons momentos
Em diversos contextos multifacetados.

Acredito que a realização pessoal
Perpassa por intensos e seqüenciados orgasmos
E como seres inacabados que somos
Ousamos dizer que nunca alcançamos esta.

E sempre acreditamos que ainda somos capazes
De potencializar esses intervalos extasiados.

Por isso goze, mas, goze sempre!
Por vários intervalos e constantemente
Pois a felicidade por mim entendida
É aquela que é construída
Enveredando-se à liberdade
Apoiada em bons valores
E fundada na responsabilidade.


Caruaru, 24 de outubro de 2009.

Poesia Popular Brasileira (Luis Adriano Correia)


É de povo
É de chão,
É memória, talvez tradição.
O que importa isso agora?
Se no sim ou no não
Toda essa gente acaba sofrendo
Entregue a todo tipo de humilhação.

É de terra
É de sangue
O poder capital.
De que vale lutar?
Senão pelo ideal?

A massa que massacra
É mais massinha do que massa
É tão dura de modelar
Mas tão boa em fazer graça.
Nem se importa com a gente
Que somos de fato a massa
A massa da sociedade
Prevendo toda desgraça
Mas nunca deixa de lutar
E quando luta é com raça.

É de amor
É de sonho
É de pão e de lar.
É de um povo festeiro
Povo tão brasileiro
Que se alegra em cantar
Com amor verdadeiro
O seu hino entoar
Vislumbrando o futuro
De um país mais seguro
Um Brasil Popular.

Ibiratinga, às 01h45 do dia 19 de novembro de 2009.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Crise Romântica em Tempos Pós modernos


Certa madrugada de verão, estava eu de roupas leves e chinelos nos pés, com os olhos vidrados na tela do notebook e os pensamentos lá onde a fertilidade das relações poderia instigar-me a pensar nas possibilidades que uma era pós moderna poderia apresentar-me diante de tantos frascos de uma mesma essência: O Amor.
Pensava em como uma mesma pessoa poderia viver ao lado de duas pessoas e amá-las intensamente sem supervalorizar qualquer uma delas, por isso hoje me considero profundo admirador de Aline.
Para gerações anteriores, amar significava ter que passar por vários momentos depressivos, de dor, angústia, traição, raiva para que quando se chegasse aos 50 anos de casamento dizer com aquele ar de vitória “Estão vendo o quanto nos amamos”, não quero dizer aqui que devem ser retiradas todas as pedras do caminho para que o amor entre seres desfile num tapete de rosas vermelhas cintilando felicidade, mas digo, não preciso sofrer excessivamente para provar que vivi com uma pessoa, longos e árduos anos esfregando na cara de espectadores hipócritas uma pseudo-felicidade. Prefiro hoje, libertar-me das regras elaboradas pelas felizes donas de casa dos anos 20, e enveredar por um estilo alternativo porém autêntico, no qual eu possa viver o que quero viver, da maneira que quero viver, com as mesmas responsabilidades que são atribuídas aos lindos casais que optam pelo estilo tradicional de amar, sem perder a dignidade conquistada pelo simples fato de ser gente.
Será que se um dia eu optar por ter um filho, terei que trazer junto no pacote um casamento? Será que eu não o amaria, educaria, transmitiria valores morais e éticos dentro de uma perspectiva liberal fundada no direito da escolha? Eu sinceramente gostaria de saber se essa atitude seria encarada com tranqüilidade há alguns anos atrás. Hoje eu posso afirmar com clareza, a palavra amor toma uma dimensão muito mais abrangente do que uma relação conjugal, cuja estrutura segue o modelo da família perfeita.
Acho muito engraçado quando as minhas tias-avós se reúnem (muitas vezes na casa da minha própria avó), e ficam o tempo todo falando das peripécias que elas precisavam passar pra poder pegar na mão ou até mesmo trocar uma palavra com o rapaz que achavam interessante, o mais engraçado ainda é que na mesma época casavam-se adolescentes quase crianças e tinham pra lá de doze filhos. Agradeço imensamente à minha avó que dentre os dezenove que teve durante os seus três casamentos gerou a minha mãe e assim pude ter a chance de escrever essas loucuras que me passam agora.
Hoje temos muitas adolescentes que engravidam por descuido sim, mas temos também em larga escala gente que reflete o relacionamento gente que não sabe nem como paquerar em meio à tantas possibilidades de se conhecer alguém, sem falar na infinitude de sites de relacionamento à espera de cadastros e mais cadastros de gente que quer conhecer gente, daí vem a crítica da geração do “em frente ao portão” dizendo que essa geração vive num mundo que não existe, num mundo virtual, mal sabem eles que dentre todas as pessoas com as quais teclamos (que nem se comparam com o número de pessoas que eles conheceram no portão ou depois da missa na praça da igreja), 50% nós já conhecemos pessoalmente, 40% pretendemos conhecer, e 10% já estão bloqueados porque são chatos. E afirmo ainda que os assuntos são dos mais variados gêneros (desde assuntos de trabalho a tarefas escolares) e não só paquera e promiscuidade estão na lista.
É muito estranho pra você ouvir alguém dizer que está absolutamente apaixonado por alguém que conheceu na internet e nem a conhece pessoalmente ainda? Então a coisa é mais séria do que eu imaginava, amar de maneira platônica a outra pessoa não é uma característica dessa geração, apenas sofreram algumas adaptações ao longo dos anos. Adaptações estas que permitem ser cultivadas boas relações de afeto a pessoas que vivem isoladas do convívio social, todo mundo gosta de uma boa conversa com alguém mesmo que este alguém não esteja em sua frente (o que por muitas vezes facilita o desabafo, ou vai dizer que nunca desabafou?).
Eu diria que devem ser consideradas quaisquer manifestação de afeto, seja como for, de que maneira for, desde que haja responsabilidade em todas as etapas e a participação integral do AMOR.


Prof. Luis Adriano Correia da Silva
Ibiratinga, 13 de novembro de 2009.

Negra Amália (Luis Adriano Correia)


As virtudes da negra Amália
São difíceis de contar
Nunca vi em toda vida
Tanto gosto em trabalhar.

Eita! Que nega teimosa
Vive de um lado pro outro
Em busca de melhorias
Em busca de um mundo novo.

Não é de se admirar
A força dessa danada
Que luta pelos direitos
De toda essa criançada.

Luta em defesa da vida
Luta e garante seu pão
Luta e constrói sua vida
Traçando com as próprias mãos.
Mãos estas que estão na massa
Fazendo essa massa mexer
Na massa sociedade
Que tenta a interromper.
( São José da Coroa Grande, 08 de setembro de 2009.)

domingo, 26 de julho de 2009

Desculpas à "Norte-Americanidade" (Luis Adriano Correia)

Peço imensas desculpas
Por não ter tido tanto sucesso na vida
Pois encontrei no meu fracasso
Forças pra continuar lutando
Imaginando ou talvez sonhando
Com a socialização dos bens da humanidade
Não falo dos bens que nos fazem prepotentes
Mas daqueles que nos fazem ser um pouco mais gente.
Mesmo pedindo desculpas
Não me envergonho da minha postura
Que me faz ser mais humano
Não atropelando outro ser humano
Na busca compulsiva pelos meus ideais.
Muito pelo contrário da sua proposta desumanizante
Eu enxergo a perversidade como teu sistema
Agride minhas práticas igualitárias
Enquanto eu encontro partilha no pouco que tenho
Tu fazes tua bela caridade
Além de humilhar toda a sociedade
Por isso com toda humildade
Não exito em pedir desculpas
a tua bela "norte-americanidade".

sábado, 25 de julho de 2009

A arte de ser Inacabado (Luis Adriano Correia)


A vida me interpela e me interpreta
Faz-me perguntas, me põe em dúvida
Que devo fazer?
Mediante os principios que a existência
Torna-se tarefa "a-se-fazer"
Nós protagonistas, é que devemos
Viver uma vidade de aprendente
Aprendendo como aprender a aprender.
Diante dessa vida reconheço-me inacabado
Um ser que se encanta em momentos
Um curioso curiando e provavelmente admirando
As multifacetadas maravilhas cotidianas
Que provovam-me a vontade de viver continuando.
A arte de viver essa continuidade
Nos torna seres encantados e encantantes
Pelo conhecimento como ponto de partida
Olhando as coisas por dentro
Saindo da superficialidade
Pra que as nossas respostas à vida
Seja por princípio ação interventiva
Pois se estou no mundo não sou insento.

Caruaru, manhã de 03 de julho de 2009.

Entre versos e versões (Luis Adriano Correia)


Aterroriza-me com os ventos de tua loucura
Com teus múltiplos e súbitos golpes sem nexo
Sem nem sequer a sombra de um retrocesso
Dessas tuas devassidades em noite escura.

Vende-me teus melhores sentimentos tardios
E me cerca de dores por noites a fio
A espera de mais uma gota desse teu veneno
Faz-me acreditar que sou fera no cio.

Humilha-me nem que seja depois do amor
Do que a gente fazia e não sentia dor
Acredito que estejas agora pensando
Ou dormindo, ou talvez até mesmo sonhando
com o gosto da vingança, já sentindo o sabor.

Acredito porém no poder da mudança
No distanciamentode minha insegurança
Pois quem ama não pode criar ilusões
e num mesmo contexto distorcer as versões.

Caruaru, madrugada de 03 de julho de 2009.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ciranda da sociedade (Luis Adriano Correia)



Hoje eu aqui estava
Quando uma grande saudade bateu
Bateu lá dentro do peito
De tanto que eu lembrava.

Da beira da praia lembrava
Lembrava do coração
Lembrava da união
Que uma ciranda eu lembrava.

Ouvia múltiplos sons
Ouvia e mais que ouvia
Sentia a pancada do mar
Dos versos que canta lia.

E cá dentro do meu peito
Já não sentia mais longe
A tal lembrança que hoje
Fazia-me cirandar.

Ciranda não é só na dança
Ciranda é sociedade
É dar as mãos de verdade
E saber a ciranda dançar.
(Uma simples homenagem a esta grande disseminadora da ciranda no nosso lindo Brasil, Lia de Itamaracá)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A arte de expressar-se (Luis Adriano Correia)


Eu não quero saber de mais nada
A não ser do meu sol
Nessa linda alvorada
A não ser o meu mar
Na tarde ensolarada
A não ser cama quente
No frio da madrugada.
A não ser o teu tudo
E eu ser o teu nada.

Eu queria era ser uma simples canção
Pra tocar lá no fundo
Desse teu coração
Traduzindo o amor
Toda inspiração
Retratar toda luz
De tua aparição
Embebendo-me em versos
Em acordes diversos
Desse meu violão.

Eu queria era mesmo um turbilhão de cores
Que alegrasse você
E também os autores
Que fizessem os versos
Sair dos rumores
De corações calados
aflitos, guardados
Dos seus tantos e tantos amores.


(madrugada de 02 de julho de 2009)

Aqui estou, DESARMADO! (Luis Adriano Correia)


Fale-me de ti
Fale-me do quanto ainda somos
Do quanto ainda podemos ser
Isso se ainda quisermos ser um só ser.

Ah! como eu esperei não ser mais eu
Pra sermos nós, sermos a sós
Sem interru~pções, guerras, transgress~es.

Por isso eu me encontro aqui
Limpo, absoluto, desarmado.
Mesmo sabendo do quanto estive errado.

Não há mais nada a fazer
A não ser te ver escorregando
Por entre meus dedos e eu lamentando
Até quando alguém feliz te fizer.

(02 de julho de 2009) 02:00h da madrugada

Em busca do novo (Luis Adriano Correia)


Chegue pra cá dona-menina
Tu num sabe da novidade
Hoje é festa nessa cidade
Pru mode essa ocasião.

Mas é um falatório tão grande
Que o povo correu pra escutar
É a libertação popular
De um povo que se garante.

Aqui excluído tem vez
Aqui conquistamos espaço
Saimos do nosso embaraço
e corremos atrás das leis.

Uma boa educação
Que garanta um futuro arretado
Pra que agente num estude apressado
E por causa da idade entrar na correção.

Bora simbora meu povo
Aproveitar o momento de luta
Esta deve ser sempre a conduta
De um jovem em busca do novo.

(02 de julho de 2009) às 02:30 da madrugada

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Nosso futuro (Letra e Musica: Luis Adriano Correia)

Eu quero te dizer
Não ha razão e nem motivo pra esconder
O sentimento é mais forte e sem querer
Vai nos tomando e transformando as coisas.

Vai me dizer?
que nao conhece das coisas do coração?
Que arde forte e vai virando erupção
vou te mostrar como essa vida é boa.

Eu talvez faria muito mais até
pela felicidade da pessoa que me quer
sei que voce quer tanto quanto a mim
então vamos juntar as coisas.

Mas, a nossa vida vai correr como agente escolher
se depender de mim agente vai sempre saber
amor é coisa que o tempo não desfaz
nosso futuro é agente quem faz.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Arte de Ressurgir (Luis Adriano Correia)

Vamos embora amigo
é tempo de contradição
é tempo de imperfeição
é tempo de sermos nós mesmos.

É chegada a hora
em que dissipa-se a escuridão
e sermos envoltos de um forte clarão
ate percebermos que de fato e urgente.

Este é um convite que não se repete
Percebamos o quanto e importante
Pois é o momento, é o agora, é o instante.
Que faremos com que se desperte.

Custa-me abraçar o que dizes
Custa-me entender o que fazes
Mesmo assim possso ao menos
Ressugir-me, refazer-me, reinventar-me
Pra que diante das minhas minhas falhas
Tu mesmo restaure-me.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Arte de Ser Quem Somos (Luis Adriano Correia)

Quanto mais o instinto aflora
Quanto mais a melodia encanta
Mais ainda o sentimento emana
Do mais profundo o autêntico.

Calar a voz que traz a dor
Talvez não seja suficiente
Seria melhor que gritasse estridente
Até que eu não a pudesse ouvir mais.

Nem sempre silenciar o problema
Seja a maneira mais fácil de enfrentá-lo
Se desejamos de fato expulsá-lo
Podemos suportar até a última gota
Desse líquido envolto da angústia que falo.

Procura-se seres humanos perfeitos
Capazes de atuar impecávelmente
Fingindo valores, ou buscando somente
Resolver enigmas escondendo defeitos.

Talvez então um dia possamos estar atentos
E dar mais crédito à imperfeição
Sabendo do estigma pessoal ou não
Na nossa linda diferença encontrar-se talentos.

(14/04/2009)

terça-feira, 17 de março de 2009

Eu Sou (Luis Adriano Correia)


Sou maracatu do baque virado
Sou fruto da Nação Nagô
Sou reflexo do passo apressado
No candomblé me formei doutor.

Eu sou o canto que ressoa
E faz o povo todo dançar
Dançar sob o grito que ecoa
Diante do nosso caminhar.

Sou fruto de um sincretismo
Que me fez ser diferente
Diferente no simbolismo
Mas com a mesma fé dessa gente.

No toque dos afoxés
Ao som de tantos tambores
Aprendi a me concentrar
E a silenciar minhas dores.

Por isso te digo que sou eu mesmo
Um negro de luta, que não precisa ser igual
Pois consigo na diferença
Vivenciar minha crença
E ser meramente "normal"!

(Escrito à uma grande amiga da Umbanda Nação Nagô, Mãe Leide, no dia 16 de março de 2009)


segunda-feira, 9 de março de 2009

Mais uma vez, o NADA (Luis Adriano Correia)

Mais uma vez estou aqui
entre linhas, tratando de qualquer coisa
trazendo ao conhecimento público
tudo aquilo que o meu olhar vislumbra.

mais uma vez sinto a grande necessidade
de expressar sentimentos, revoltas
que sobre idéias, dão voltas e mais voltas
mas sempre acabam por aqui.

Então, penso que...
Não adianta nos iludirmos
com uma sociedade maquiada
quando no íntimo do ser
e no sereno da madrugada
não existem faces perfeitas
carregamos apenas frases feitas
enquanto aguardamos a construção do NADA.

(09 de março de 2009)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dinâmica do ser (Luis Adriano Correia)


Eu tenho um ser
e este ser me faz ser eu...
me faz acreditar na pluralidade de um amor singular
Baseado no simples ato ou efeito do verbo amar.

Eu tenho um ser
e este ser me faz feliz...
na certeza de que a felicidade se constroi a cada momento
no compasso de cada minuto, no pensamento.

Eu tenho um ser
e este ser me faz ser mais...
mais além do que qualquer ser amante já ousou ser
ou qualquer sonhador desejou ter.

Por isso cansei de buscar teorias que explicassem
ou até mesmo fatos que comprovassem
pois a certeza que eu tenho é o que me mantém.
A certeza de que eu tenho um ser
e este ser me tem.

(Ao grande amor que me inspirou este poema)
Escrito na madrugada do dia 05 de Março de 2009.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

ARTIGO 1 - Implicações das concepções de Infância e Adolescência para a escola enquanto instituição social - (Luis Adriano Correia)


Mediante a esse questionamento, algumas reflexões perpassam pela idéia de que hoje a escola é espaço fundamental para introdução da criança e do adolescente em um meio social. Desde os primeiros dias de aula de uma criança até o seu maior grau de formação, trabalha-se dentro de um contexto de socialização, claro que em níveis e etapas diferentes. A escola possibilita que o indivíduo participe de uma vida em grupo, encare novos desafios e descubra o prazer de aprender a conviver, convivendo. A vivência de novas experiências traz à criança e o adolescente o despertar de uma sociedade que clama pelo novo, de modo que antes de adaptar-se seja necessário por várias vezes atingir os seus limites, superando-se.
Essas concepções trazem à nossa realidade enquanto comunidade escolar, um encargo duplicado de responsabilidade pelos menores, pois, vivemos em um contexto social em que a família e a própria sociedade de maneira geral depositam toda a responsabilidade da formação acadêmica/cidadã de uma criança ou adolescente na escola. As instituições escolares além de serem responsáveis pela educação sistematizada, hoje, são também ou pelo menos deveriam ser instituições formadoras de cidadão críticos, para assim de fato desempenhar bem seu papel como instituição social.
Muitas de nossas escolas não estão atentas ao processo de maturação do seu alunado, muito menos com a adaptação dos nossos adolescentes com as mudanças, seguidas das influencias do meio social em que os mesmos estão inseridos.
A escola vista como instituição social, deve estar atenta não somente ao desenvolvimento acadêmico de uma criança ou adolescente, ela deve enxergá-los como seres vivos em fase de amadurecimento físico e amenizar os transtornos psicológicos que esse amadurecimento traz como conseqüência, mediante a erupção dos hormônios na puberdade, que trazem consigo as mais variadas manifestações comportamentais, que por vezes podem conotar-se chamativas e por outras caracterizar-se como isolamento pessoal.
Deve ser também uma instituição que compreenda o contexto histórico-cultural em que o aluno está inserido e trabalhar visando a valorização dessas características, para assim aplicar conteúdos pertinentes a uma cultura-básica, comum a todos, como por exemplo, a leitura, a escrita, operações matemáticas, história, geografia,e etc., completando esse ciclo de formação com conteúdos de caráter ideológicos, pois estes serão grandes agentes facilitadores para a formação de opinião e levantamento de questionamentos e inquietações, vindos como contrapartida dessas três tarefas básicas da escola, se as mesmas forem vivenciadas de maneira adequada.
Encerro meus comentários com uma marcante citação de Maria Gouveia de Miranda, que diz:
“A escola é uma agência socializadora de uma sociedade que se afirma democrática”.


Estes comentários foram baseados nas referências a seguir:



  • PALACIOS, Jesús; Coleção Desenvolvimento Psicológico e Educação - Vol. 1 Psicologia Evolutiva. Porto Alegre, 1995.


  • LANE, Silvia T. M. e CODO, Wanderley. (orgs.); Psicologia social: O homem em Movimento. 2. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Infidelidade não mais! (Luis Adriano Correia)

À sombra do irremediável
À beira do caos desnudo
Infidelidade não mais!
Clama forte a voz dos ideais.

Quero a leveza de uma muralha
Caindo-nos sobre a consciência
Que sendo tão inconsciente
Ou totalmente inconsequente
Transporta-nos ao cotidiano
Como meros seres dormentes.

Acorda sociedade excludente!
Grita um Deus-humano
Pobre, excluído, sem direitos
Um Deus vítima de preconceitos
Mas, um Deus do sagrado ao profano.

Um novo mundo é possível
Mediante a atuação social
Pois lutar nunca foi imoral
E ainda hoje se faz URGENTE!
Mas, de maneira séria e inteligente
Para desta terra sermos o sal.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Entre verso e dilemas (Luis Adriano Correia)

Furta-me a cor brilhante dos olhos
Furta-me a segurança pública diária
Furta-me a beleza inestimável sertaneja
Mas não me furta a força necessária.

Apresentam-me pseudo-oportunidades
Apresentam-me uma sociedade perfeita
Apresentam-me uma política marqueteira
Mas não me apresentam uma proposta verdadeira.

Rotulam-me desinteressado
Rotulam-me por rotular
Rotulam-me Pejoteiro
Mas sou jovem popular.

Procuram-me por competência
Procuram-me por condenação
Procuram-me "experiência"
Mas nunca me dão a mão.

Vamos ver até onde vai
a prepotencia dos que estão por cima
pois na reviravolta do clima
o que era hipótese vira ciência
o que era verdade vira eloquencia
e te prega uma peça bem ali na esquina.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Soneto às Estrelas (Luis Adriano Correia)



Em meio à tantos brilhos
Tantos focos e sentidos
É difícil se ater à individualidade.

Muitas vezes o brilho maior
É aquele que não aparece
É aquele que só respandece
No seio das intimidades.

No reconhecimento do olhar
No sentido de cada momento
Pensamentos em constelações
Avulsos, beiram sentimentos.

Eis que é chegada a hora
Eis que tudo se renova
Eis o mistério e o encanto da aurora...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Rosto de Deus (Luis Adriano Correia)


Refletir a diferença
A partir do olhar de Deus
A partir de tantos rostos
dos rostos que são os seus.

Tenho o direito do grito
O direito do clamor
Pois se não faço valer
Não faz sentido o amor.

Buscar o novo intensamente
É o que juventude escolheu
Pra que toda nossa gente
Reflita o rosto de Deus.

(escrito no 9º Encontro Nacional da Pastoral de Juventude - Natal/RN)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ardor Juvenil (Letra e Música - Luis Adriano Correia)


Tem gente que não sonha
E não vê chegar a hora
Do novo acontecendo
Despontando na aurora.

Tem gente que acredita
Que a vida é mais bonita
Que o sonho pra acontecer
Não se espera, trabalha e concretiza.

Tem gente que não busca
Crescer com dignidade
Lutando por seus direitos
Unindo a diversidade.

O olhar não deixa marcas
As lutas permanecem
Ardendo na juventude
Que organiza na certeza que o sonho acontece.

Eu quero ver (Letra e Música - Luis Adriano Correia)


Semente que nasceu e cresce a cada dia
PJMP são 30 anos de alegria

Eu quero ver no rosto um sorriso de euforia
Quero sentir na pele o vigor, a energia
Eu quero ver a expressão na música e na dança
Pra transformar a nossa tempestade em bonança.

Eu quero ver toda essa juventude empobrecida
Testemunhar teu reino de verdade e de justiça
Eu quero ver a mística sendo vivenciada
Sendo sinal de luz dentro da nossa caminhada.

Eu quero ver a massa juvenil se organizando
Com a beleza de celebrar a fé com o pé na estrada
Nos bairro, vilas , nos campos e até mesmo na cidade
Bem conscientes, pra ser fermento na sociedade.

Eu quero ver você fazendo parte dessa história
Saborear a cada dia um pouco da memória
São 30 anos de luta em busca da libertação
Com muito axé vamos comemorar nossa missão.

Sou Jovem Popular (Música)


Eu quero saber compreender
O que há com os jovens
Que sentem prazer em se envolver
E assim mesmo sofrem

Nem sempre ao que é fácil, nós damos valor
Dar sentido à vida, colher o que plantou.

Eu preciso saber, eu preciso entender
Eu quero respostas, que escolhas tenho que fazer?
Eu preciso saber, eu preciso entender
Sou jovem popular, eu sou da PJMP.

Aqui neste chão com nossas mãos
Plantamos um sonho
Que outros ceifarão em mutirão
Frutos deste sonho

Resistência e luta nos ajudam a crer
Que essa utopia tem que acontecer.

Eu preciso saber, eu preciso entender
Eu quero respostas, que escolhas tenho que fazer?
Eu preciso saber, eu preciso entender
Sou jovem popular, eu sou da PJMP.

Vem Companheiro (Ciranda da Juventude Popular) (Música)


Vem, vem companheiro!
Vem construir com a juventude a tua história
Vem, não tenha medo!
Vem ser feliz, entre conosco nessa roda.

A juventude precisa olhar pra frente e tentar despertar
Com novo jeito trilhar o seu caminho sem medo de errar
Ouve ó Senhor! Do jovem empobrecido escuta o clamor
Com dança e prece, o negro, o índio, o branco a Deus agradece.

Em muitas vidas, somos como semente plantada no chão.
De tantos jovens marcados pelo sonho de libertação
Nós somos jovens, queremos o amor e a justiça ceifar
Em mutirão, juntar as nossas mãos no meio popular.

Na sociedade pra ter o seu direito o jovem incomoda
Vem para a luta! Por isso eu te convido a entrar nessa roda!
São 30 anos que o tempo não apaga e não deixa perder
A pura essência estampada em nosso rosto, PJMP.