sábado, 10 de setembro de 2011

Damotê/Tamodê (Luis Adriano Correia)




Dentro das minhas maquinações
Amante ser que sou e não nego
Me agarro em tuas minúcias
Ora abstratas, ora reais.
Terminam-se á beira das nossas margens
Em águas turvas e cristalinas, sedentas de nós.
Talvez no mais profundo de nossa existência
Há uma estrela desesperada
Imagens refletidas sem ordem no espaço
Avulsos pensamentos em sintonia aguda.
Gosto de Frio. Cheiro de sol quente.
Outrora talvez tivesse sido igual ou tão simplesmente.
Das vezes em que me pego sob sombra poética
Rito, mística, quentura, suor e medo.
Instantaneamente transformam-se em gotículas de sonhos
Cada vez que acelera nossas batidas, taquicárdico sou!
Ora com razão ou não.
Das coisas que imagino que possam desvelar-se
Respiro fundo e continuo assim, bem assim:
Inconstante! De forma que desse jeito,
As coisas que imaginava afligem e revigoram
Matam meu eu imperfeito e faz-me escritor: Poeta.
Ao passo em que cada vez tenho a certeza de que...
Nada fará o coração pulsar melhor do que o afeto.
Te ter é afeto, amar-te é concreto!
Horizontes cruzam-se entre olhares, e por esse motivo...
Infinito como eles quero ser.

Palmares, 22 de agosto de 2011.