quinta-feira, 19 de março de 2015

Linha do Tempo (Luís Adriano Correia e Gilberto Carvalho)

Ocaso diário desde a minha janela.
Foto: Luís Adriano Correia (Caruaru)
Encontro de gerações
Encantos de poesia
Da vida que sendo minha, partilho!
Vira canção.

Pois tudo é feito de emoção
Na construção do agora
O tempo é determinado pela hora
E os sonhos e as verdades sempre permeiam
Entre o ocaso e a aurora.

Escrito numa parceria cheia de encantamento com esse grande poeta Caruaruense, Gilberto Carvalho, na Mercearia Ponta de Rua, Rua da má fama em Caruaru, na noite de 06 de março de 2015. Gratidão Poética.

Dos caminhos insanos (Luís Adriano Correia)

Ilustração: Vinícius Marques - PE
Me leve aonde quiser
Porque o terreno da saudade
É pequeno demais pra ficar.

Me leva pelos passos onde chegar é verdade
E amar eternidade.
O amante cuida de sua pele
Mas sua mente inflama
E as chamas do amor contido
Inflama nas insanidades.

Meu amor é teu.
Insano sou.
Não nego!

Caruaru, 01 de março de 2015.

domingo, 8 de março de 2015

Abrigo (Luís Adriano Correia)

Eu joguei meu corpo
E meu corpo caiu.

Foi-se embora nos delírios de devaneios tantos.
Foi-se embora na garupa das afetivas amizades, saudades.
E o poeta que nem queria saber se era bem ou mal
Se esfriava, aquecia ou fervia. Só sentia.
E os sentidos se valiam
Eles mesmos apontavam itinerantes
Barbaramente eu me encontrei eloquente
E me sentia sujo, porém, mais vivo
Me esfreguei com gosto pelas beiras dos canais das artes
Que contidas nos corpos vigentes
S[o me levavam ao êxtase do ar
Respirar, sufocar, e novamente respirar.
Chegar ao fundo, imergir
E na imensidão descobrir.
Adoro açoitar meus medos
Esses miseráveis e assustadores monstros vão se foder comigo
E enquanto houver casa de amigo
Companhia pra ficar sendo abrigo
Vou me jogar no abismo
E alçar voo sobre minhas próprias asas.

Eu joguei meu corpo
E minha mente fluiu.

Caruaru, 27 de janeiro de 2015.
Poesia dedicada ao amigo Raquile Rocha.

Sangue (Luís Adriano Correia)

Hoje eu acordei com sangue nos olhos
Com a vista marejada da saudade e da memória
Saí de casa, corri pro mundo
Como quem devora uma ventania.
Coração pulsante e inquieto
Buscando um novo alento, sedento.
Da novidade do sonho esperado, lá dentro.
Saudades do meu velho
Saudades das lembranças que nem pude ter.
Pensei no meu povo de casa
E o sangue continuava lá, crescente.
Quis extrair de mim a mais corajosa atitude
Queria sangrar minha saudade amiúde
E tingi no meu corpo o afeto
Sussurrei pra minh'alma, desperto.
Que a saudade sentida é real
Que calada é latente e leal
Tive pai, mas me sinto deserto.

Caruaru, 12 de dezembro de 2014.

Soneto ao Inferno nosso de cada dia (Luís Adriano Correia)

Na noite de um dia infernal
Queria vento no rosto
Sair andando por aí.

Vento que venta manso
e leva a quentura infernal desse dia
Do sol que castiga o meu corpo
e minha mente congelava.

Era quente
Era inferno duplamente
Literal e Astral.

Era tudo que acontecia num dia
Era agonia
Que findava sem mais prosa
Desabava em poesia.

Caruaru, 27 de janeiro de 2015. (Dedim de Prosa)