segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Álbum de Fotografias (Luis Adriano Correia)


Ah! se nessa vida o que se vivesse
Não fosse meramente um momento
Que calculado em milésimos de segundos
Nos fizesse colecionar fragmentos de memória
Como um álbum de fotografias.
Que percebendo o tempo passar
Sente a perda de suas cores
E o desgaste do seu papel.
E assim sentindo a perda de suas lembranças
O homem. Diferente da fotografia.
Resolve contrariar a força natural
Que empurra ao encontro do esquecimento
E escreve...
Conta...
Partilha...
E assim se mantêm vivo,
Na sua vida
Na vida do outro.

29 de julho de 2010, escrito em algum lugar do espaço aéreo entre Guarulhos/SP e Goiânia/GO.

Meu povo tá cansado (Luis Adriano Correia)


Não maltrate o meu povo
Não gosto de ver os maus tratos
Meu povo escravisado
Morrendo, pedindo ajuda.

Meu povo tá é cansado
De nada fazer direito
Desmando e desrespeito
Não chegam ao meu agrado.

E o meu povo vai massacrado
Como quem nem sabe o jeito
De lutar por seu direito
E de fato ser cidadão.

Pois pra viver feito cão
e à violência estar sujeito
Não preciso de prefeito,
Muito menos de eleição.

08 de agosto de 2010, escrevi esperando ônibus na Dantas Barreto em Recife, contemplando o descaso com os meninos que perderam a dignidade e residem nas ruas do centro.

domingo, 15 de agosto de 2010

Utópico e Real (Luis Adriano Correia)


Quando um dia os políticos deixarem de invadir as procissões
Fazendo do nosso povo caminhantes marionetes sem rumo
E os adesivos cairem ao chão e junto com eles os grilhões,
Brotarão no peito da nossa gente
Uma revolução da mente
Florescerá doce e humanamente
Uma sociedade sem muros.

15 de agosto de 2010, escrito durante a procissão de São Roque, Sirihaém-PE.