terça-feira, 17 de março de 2009

Eu Sou (Luis Adriano Correia)


Sou maracatu do baque virado
Sou fruto da Nação Nagô
Sou reflexo do passo apressado
No candomblé me formei doutor.

Eu sou o canto que ressoa
E faz o povo todo dançar
Dançar sob o grito que ecoa
Diante do nosso caminhar.

Sou fruto de um sincretismo
Que me fez ser diferente
Diferente no simbolismo
Mas com a mesma fé dessa gente.

No toque dos afoxés
Ao som de tantos tambores
Aprendi a me concentrar
E a silenciar minhas dores.

Por isso te digo que sou eu mesmo
Um negro de luta, que não precisa ser igual
Pois consigo na diferença
Vivenciar minha crença
E ser meramente "normal"!

(Escrito à uma grande amiga da Umbanda Nação Nagô, Mãe Leide, no dia 16 de março de 2009)


segunda-feira, 9 de março de 2009

Mais uma vez, o NADA (Luis Adriano Correia)

Mais uma vez estou aqui
entre linhas, tratando de qualquer coisa
trazendo ao conhecimento público
tudo aquilo que o meu olhar vislumbra.

mais uma vez sinto a grande necessidade
de expressar sentimentos, revoltas
que sobre idéias, dão voltas e mais voltas
mas sempre acabam por aqui.

Então, penso que...
Não adianta nos iludirmos
com uma sociedade maquiada
quando no íntimo do ser
e no sereno da madrugada
não existem faces perfeitas
carregamos apenas frases feitas
enquanto aguardamos a construção do NADA.

(09 de março de 2009)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dinâmica do ser (Luis Adriano Correia)


Eu tenho um ser
e este ser me faz ser eu...
me faz acreditar na pluralidade de um amor singular
Baseado no simples ato ou efeito do verbo amar.

Eu tenho um ser
e este ser me faz feliz...
na certeza de que a felicidade se constroi a cada momento
no compasso de cada minuto, no pensamento.

Eu tenho um ser
e este ser me faz ser mais...
mais além do que qualquer ser amante já ousou ser
ou qualquer sonhador desejou ter.

Por isso cansei de buscar teorias que explicassem
ou até mesmo fatos que comprovassem
pois a certeza que eu tenho é o que me mantém.
A certeza de que eu tenho um ser
e este ser me tem.

(Ao grande amor que me inspirou este poema)
Escrito na madrugada do dia 05 de Março de 2009.