domingo, 8 de março de 2015

Abrigo (Luís Adriano Correia)

Eu joguei meu corpo
E meu corpo caiu.

Foi-se embora nos delírios de devaneios tantos.
Foi-se embora na garupa das afetivas amizades, saudades.
E o poeta que nem queria saber se era bem ou mal
Se esfriava, aquecia ou fervia. Só sentia.
E os sentidos se valiam
Eles mesmos apontavam itinerantes
Barbaramente eu me encontrei eloquente
E me sentia sujo, porém, mais vivo
Me esfreguei com gosto pelas beiras dos canais das artes
Que contidas nos corpos vigentes
S[o me levavam ao êxtase do ar
Respirar, sufocar, e novamente respirar.
Chegar ao fundo, imergir
E na imensidão descobrir.
Adoro açoitar meus medos
Esses miseráveis e assustadores monstros vão se foder comigo
E enquanto houver casa de amigo
Companhia pra ficar sendo abrigo
Vou me jogar no abismo
E alçar voo sobre minhas próprias asas.

Eu joguei meu corpo
E minha mente fluiu.

Caruaru, 27 de janeiro de 2015.
Poesia dedicada ao amigo Raquile Rocha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário