quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Do corpo duro à conversão (Luís Adriano Correia)

Acende uma luz
Nasce o que se vê
E-luz-são
Todas as coisas que significam
Visualizam-se
É luz.

Endurecer é imaginar proteger
É pensar e talvez nem ser
Do empoderamento vazio
Nasce o sombrio, o que não se vê
E-luz-são, ainda assim
Todas aquelas coisas que no escuro estão
É-moção
Da vida de poeta que quando sofre, renasce
E do renascimento da luz
A ilusão se traduz
Traz-do-são, que sendo verbo no presente
Traduz essa conversão
Do sofrimento em luz.

Garanhuns (Carmem e Frida), 05 de julho de 2014.

Soneto à Resistência do Ser Amante (Luís Adriano Correia)

Olho em volta!
Onde está a essência do bem viver?
Sonhar.

É ardência, suor, marejar

É o olhar do amor
Que ao ódio se fundirá.

E assim como ser estático

Na tentativa da blindagem, me inspiro.
E aos açoites cotidianamente invisíveis
Não se expõem em meu corpo, mas os olhos revelam.

Sigo imaginando e mastigando meus dramas pessoais

Como que sem respirar e cada vez mais sufocado
Fecho meus olhos e continuo afundando
Pra quem sabe imergindo encontrar vida plena, sem danos.

Garanhuns, 05 de julho de 2014.


Escrito num contexto de limite, no Carmem e Frida, na companhia de uma cerveja e de minhas próprias lágrimas.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Da saudade que sinto do Alto da Sé (Luis Adriano Correia)


Saudade é sentimento torto
Só se sente depois de morto
Aquele tempo de cercania.

Saudade é infindável riso
Coisa presa, rebuliço
Que se expõe numa gargalhada.

Saudade é sentimento puro
Que não se toca, nem é escuro
É coisa de quem não teme a aurora.

Saudade é o som da lembrança
De caminhar na rua, partilhar esperança
E amanhecer juntos pela estrada.


Maceió, 20 de janeiro de 2014.

Dedico essa poesia à toda juventude do meio popular que subiu as ladeiras da Sé em romaria (em especial Facundo, Leoneide e Danielly) para visitar os túmulos dos homenageamos do 4º Congresso Nacional da PJMP (Dom Hélder Câmara, Dom Lamartine e Padre Henrique).