quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Arte da Cognição (Luis Adriano Correia)


E era assim como quem nada queria
Como quem se preocupava no "porfazer"
E dali nascia poesia...
Como quem cheirava o livro
E o conhecimento inspirava ou não
Era estranho sonhar estudando
E acordar natural, rabiscando a mão.

Maceió, 20 de setembro de 2012.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Do Corpo Cinzento (Luis Adriano Correia)


Das muitas vidas que tenho
Um sopro me leva pro rio
Sentindo o cheiro da água, da areia,
Do mato pisado na estrada,
Das aventuras do menino que fui.

E esse espírito que assim me faz rural
Rústico cidadão na capital
Por vezes se faz doce e travado
Por vezes sem gosto
Por vezes salgado.

E da poesia que nasce das cinzas
Daquelas cinzas que vejo nas minhas canelas
E que pulsa o desejo do caminho inverso
Versado na beleza da essencia
E não na insapiencia
Do pseudo"SER" que não é.

Maceió, 04 de setembro de 2012.

Sururuzada de Gente (Luis Adriano Correia)


E gente, é gente, é gente
Na orla do açoite de gente
Dos baldes enchendo e enchendo
E o povo a "despinicar".

E Falta de Oportunidade
De organização de verdade
E o povo somente vivendo
Da ilegalidade sem par.

E toda essa população
Se junta num mesmo pirão
Pra saciar a vontade
E também se alimentar.

Não há quem tire da mente
Essa sururuzada de gente
De gente que nem sururu
Que da casca só sai pra alimento
Pra ser devorado nas ruas
Desacobertado ou nu.

Maceió, 03 de setembro de 2012,

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Arte da Essência (Luis Adriano Correia)

Foto tirada no mesmo dia em que esta poesia foi escrita. Por Gilva Azeredo.

Poesia é arte da essência
Toda a vida é poesia.
Toda forma de amar é poesia.

É música sem som estridente
É o pulsar do coração de quem sonha,
e este sonho faz o ser todo ardente.

A luta que por vezes machuca
Faz do sonhador, "ser IMORTAL"
Que permite-se suportar a dor
E do amor, corre atrás do eloquente
Pois na vida se morre o seu sonho
Morre também o amor que ele sente.

Escrito em 13 de setembro de 2012, ao som de Kel Monalisa no Espetinho da Maria, Maceió/AL, dedicada a ela em suma e a seu sonho de encantar a tantos com sua música, como também a outros que sonham semelhante.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ao Velho Devo e Não Nego... (Luis Adriano Correia)


Das coisas que fiquei devendo a Francisco
Nada me culpa mais que o passeio
Aquele bendito passeio
Que mais parece viajem
Ele me leva sem saber na bagagem
Desde quando nem era homem feito.
E hoje ainda sem me guiar direito
E nele que encontro equilíbrio.

Sei que ainda sou tão menino
Diante de ti Velho Chico
Mas quero que saibas do apreço
Que sinto por ti meu amigo
E que um dia desses eu volto
Pra ganhar esse mundo contigo.

Escrito em Maceió-AL, permeado pelas lembranças da minha relação com o Rio São Francisco, em 30 de agosto de 2012.

De Tempo e Celebração (Luis Adriano Correia)

Intermitente o tempo de espera
Dos adventos em que serenos não somos
Somos mais que seres viventes estáticos
Somos encantantes, inconstantes, mágicos.

Quando juntos somos de beijos
Quando sós, desejos
Somos mais quando alcançamos o outro
Muito mais quando celebramos o encontro.

E se a vida por vezes repetidas
Foi confundida com a arte do encontro
Que dentro de nós seja o desejo
De caminho reticente sem ponto.

E se a história nem com a morte tem fim
Celebremos em fatias a sua passagem
E que não seja o encontro assim
Calculado em sua totalidade
Mas em fragmentos de felicidade
Como o poeta que cotidianamente
Teima renascer em mim.

Poesia escrita em Maceió/AL, dedicada ao encontro celebrativo em virtude o aniversário de Micheline Rogéria em 30 de agosto de 2012.