quarta-feira, 4 de abril de 2012

De Pessoas e Praças (Luis Adriano Correia)


Imaginando cenas
Sentado na praça
Cheiro de passado
Gosto de presente
Tão atual e cruel.

Bancos de feira
Povo que passa
Mulher que reclama
Com os meninos na praça
Deitados na rua
Inda fazem pirraça
Que sombra gostosa!
Era tarde de quarta.

Nem parece ser cena
Dos dias de hoje
É fim de agosto
E gorjeiam com gosto
Exibidos pardais.

E nas árvores tímidas
Dessa praça inspirada
Que parece ser casa
Dos que à sombra pequena
Encontram descanso
Ou apenas descaso.

É gente pequena
Como a sombra da árvore
É gente tão grande
Que na sombra não cabem.

É vento que balança
É a planta que dança
É a gente que dança
É a desesperança.

É a tarde que passa
A criança, que graça!
A mulher e a pirraça
É a vida que passa.

É o poder e o não ter
É o nem ser! Parecer!
O cantar! Esconder!
É não esmorecer.
Descansar só no dia
Em que a praça seria
Um lugar favorito
E não mero abrigo
De viver por viver.

Catende, 31 de agosto de 2011.