sábado, 28 de fevereiro de 2009

ARTIGO 1 - Implicações das concepções de Infância e Adolescência para a escola enquanto instituição social - (Luis Adriano Correia)


Mediante a esse questionamento, algumas reflexões perpassam pela idéia de que hoje a escola é espaço fundamental para introdução da criança e do adolescente em um meio social. Desde os primeiros dias de aula de uma criança até o seu maior grau de formação, trabalha-se dentro de um contexto de socialização, claro que em níveis e etapas diferentes. A escola possibilita que o indivíduo participe de uma vida em grupo, encare novos desafios e descubra o prazer de aprender a conviver, convivendo. A vivência de novas experiências traz à criança e o adolescente o despertar de uma sociedade que clama pelo novo, de modo que antes de adaptar-se seja necessário por várias vezes atingir os seus limites, superando-se.
Essas concepções trazem à nossa realidade enquanto comunidade escolar, um encargo duplicado de responsabilidade pelos menores, pois, vivemos em um contexto social em que a família e a própria sociedade de maneira geral depositam toda a responsabilidade da formação acadêmica/cidadã de uma criança ou adolescente na escola. As instituições escolares além de serem responsáveis pela educação sistematizada, hoje, são também ou pelo menos deveriam ser instituições formadoras de cidadão críticos, para assim de fato desempenhar bem seu papel como instituição social.
Muitas de nossas escolas não estão atentas ao processo de maturação do seu alunado, muito menos com a adaptação dos nossos adolescentes com as mudanças, seguidas das influencias do meio social em que os mesmos estão inseridos.
A escola vista como instituição social, deve estar atenta não somente ao desenvolvimento acadêmico de uma criança ou adolescente, ela deve enxergá-los como seres vivos em fase de amadurecimento físico e amenizar os transtornos psicológicos que esse amadurecimento traz como conseqüência, mediante a erupção dos hormônios na puberdade, que trazem consigo as mais variadas manifestações comportamentais, que por vezes podem conotar-se chamativas e por outras caracterizar-se como isolamento pessoal.
Deve ser também uma instituição que compreenda o contexto histórico-cultural em que o aluno está inserido e trabalhar visando a valorização dessas características, para assim aplicar conteúdos pertinentes a uma cultura-básica, comum a todos, como por exemplo, a leitura, a escrita, operações matemáticas, história, geografia,e etc., completando esse ciclo de formação com conteúdos de caráter ideológicos, pois estes serão grandes agentes facilitadores para a formação de opinião e levantamento de questionamentos e inquietações, vindos como contrapartida dessas três tarefas básicas da escola, se as mesmas forem vivenciadas de maneira adequada.
Encerro meus comentários com uma marcante citação de Maria Gouveia de Miranda, que diz:
“A escola é uma agência socializadora de uma sociedade que se afirma democrática”.


Estes comentários foram baseados nas referências a seguir:



  • PALACIOS, Jesús; Coleção Desenvolvimento Psicológico e Educação - Vol. 1 Psicologia Evolutiva. Porto Alegre, 1995.


  • LANE, Silvia T. M. e CODO, Wanderley. (orgs.); Psicologia social: O homem em Movimento. 2. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985.

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