quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Dos Natais e Suas Esperas (Luis Adriano Correia)

Repartida a vida em momentos
De longos ou curtos adventos.
Advento Precede o momento
Que culmina em sentimento total.
A chegada de um novo natal.

Advento é caminho. Construção.
Verdadeiro olhar. Maturação.
Para natais que durante o ano inteiro
Interpelam-nos transformação.

Para cada nascimento.
Diferente é a espera.

Esperamos o Natal de uma Boa Amizade,
Vivenciando a cumplicidade em seu advento.
Esperamos o Natal do Sucesso,
Buscando no seu advento trabalhar duro.
Esperamos o Natal do Conforto,
Quando em seu advento confortamos a outros.

E os sinais sempre vão aparecer.
Ora como Estrela de Belém.
Ora como uma Lição de Alguém.
E o Natal vai sempre acontecer.

Maceió, 15 de dezembro de 2011.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

3 Anos de Poesia Jovem nos Corações Inquietos

É com grande alegria que anuncio os 3 anos deste blog que em sua existência alcançou mais de 10.000 acessos e encantou a tantos leitores, que utilizaram dos textos em seminários, colóquios, eventos e publicações por esse Brasil a fora, mesmo que informalmente mas de maneira muito carinhosa os meus escritos alcançam desde os espaços mais públicos aos mais íntimos com o apreço daqueles que  possuem olhos brilhantes de sonhos.

Por isso, agradeço os mais de 10.000 acessos, as leituras e releituras, as publicações, os compartilhamentos nas redes sociais, blogs, miniblogs, e pelos votos que fizeram a poesia "EU SOU" galgar o segundo lugar no Concurso de Poesias Letras do Araguaia promovido pela Universidade Federal do Mato Grosso.

A todos/as os meus sinceros e singelos agradecimentos!

Feliz Aniversário POESIA JOVEM!
Que seja intenso enquanto exista...

Att,
Prof. Luis Adriano Correia da Silva

sábado, 10 de setembro de 2011

Damotê/Tamodê (Luis Adriano Correia)




Dentro das minhas maquinações
Amante ser que sou e não nego
Me agarro em tuas minúcias
Ora abstratas, ora reais.
Terminam-se á beira das nossas margens
Em águas turvas e cristalinas, sedentas de nós.
Talvez no mais profundo de nossa existência
Há uma estrela desesperada
Imagens refletidas sem ordem no espaço
Avulsos pensamentos em sintonia aguda.
Gosto de Frio. Cheiro de sol quente.
Outrora talvez tivesse sido igual ou tão simplesmente.
Das vezes em que me pego sob sombra poética
Rito, mística, quentura, suor e medo.
Instantaneamente transformam-se em gotículas de sonhos
Cada vez que acelera nossas batidas, taquicárdico sou!
Ora com razão ou não.
Das coisas que imagino que possam desvelar-se
Respiro fundo e continuo assim, bem assim:
Inconstante! De forma que desse jeito,
As coisas que imaginava afligem e revigoram
Matam meu eu imperfeito e faz-me escritor: Poeta.
Ao passo em que cada vez tenho a certeza de que...
Nada fará o coração pulsar melhor do que o afeto.
Te ter é afeto, amar-te é concreto!
Horizontes cruzam-se entre olhares, e por esse motivo...
Infinito como eles quero ser.

Palmares, 22 de agosto de 2011.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Trilhos (Luis Adriano Correia)


Quando trilhos não trilham caminhos
Trilham sinais, descaminhos.
Objetivam sonhos, concretizam-se em ações
Unem-se a outros vagões
Que puxados por um mesmo vapor
De lenha que arde em fogo de luta
E faz de nós maquinistas de sonhos.
Passando pelas estações de nossa juventude
Ressignificando cada uma delas
Ao sabor de vento e de pó
De poeira, de choro e de nó
Da garganta que quando não grita
Escreve e espalha em vida
O sabor de não se viver só.

Caruaru, 16 de junho de 2011.

Ladrilhos Mudos 2 (Luis Adriano Correia)


De ruas e calçadas
De ladeiras ladrilhadas
Surge o rosto, o jovem
O jeito, a voz.

Nascentes incertas
Sem sonhos, talvez
O inverso é possível
É possível a vez.

De leis e de regras
Do ter mais que ter
Só tem quem tem mais
Lei do Emudecer.

Ladeira é povo
Descê-la é ofício
Subir, sacrifício
É a Lei do Trabalho.

Mas pra quem te explora
Descer é moleza
Subir é favor
Esse é o capitalismo
Lei do Elevador.

Caruaru, 15 de junho de 2011.
Aprofundando as reflexões dos primeiros ladrilhos mudos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

POESIA DO DRIKO (LUIS ADRIANO CORREIA) DA PJMP-PE CONCORRE A PRÊMIO NA UFMT


Ainda não estou acreditando que dentre tantas poesias enviadas do Brasil todo para a Universidade Federal do Mato Grosso, uma das minhas se encontra entre as cinco finalistas, que depois de ter passado por uma banca agora vão a voto popular, esse prêmio não é nada mais que o reconhecimento a gente comum feito eu e tantos outros que gostam dessa arte e a usa como instrumento de luta. Se eu conseguir o primeiro lugar haverá uma página inteira sobre mim na revista Novitas da UFMT e com certeza nela conterá muitas linhas sobre a PJMP, peço a vocês que votem na minha Poesia entitulada de (Eu Sou) no link que segue mais abaixo, como é um Concurso formalizado, é necessário o preenchimento de um formulário (coisa básica). Por favor não deixem de participar e contribuir com um voto.


É com imenso prazer que informamos o resultado da 1ª Fase do Concurso de Poesias "Letras do Araguaia". Foram 174 poesias ao todo, textos que possuíam grande criatividade e qualidade literária. Agradecemos a todos os inscritos por enriquecer o concurso com suas participações, e convidamos para participarem novamente das edições futuras do Concurso "Letras do Araguaia". Comunicamos também que iniciam-se hoje o processo da segunda fase do Concurso, e os internautas elegerão o texto merecedor da publicação. Para participar desse processo, acesse a nossa página "Letras do Araguaia- 2ª fase"

Os textos selecionados foram:

Coração Sertão (Sílvio César Masquietto)
Conectado? (Danielle Marques Gomes)
Recaída (Levi Costa Machado)
Desilusão de Ótica (Francisco Petrônio Ferreira de Oliveira)
Eu sou (Luís Adriano Correia da Silva)

Fizeram parte da comissão julgadora:

Me. Maria Claudino da Silva Brito
Me. Raimunda Alves Batista Campos
Me. Adenil Claro
Dr. Célia Regina Benquerer
Gláucia Rocha Olivieri (poetisa/escritora)

A votação na segunda fase se encerra no dia 30 de Junho.

O resultado será lançado dia 10 de Julho.

Atenção: Ao preencher a ficha de votação, verifique se seu nome e seu CPF estão preenchidos corretamente, pois eles garantirão o sucesso do seu voto. NÃO vote duas vezes: somente um voto com o mesmo nome/CPF será válido, o outro (s) será (ão) cancelado (s).

Att,
Daniel Leite Almeida
Presidente CALet/UFMT/CUA
Organizador Geral

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ladrilhos Mudos (Luis Adriano Correia)



Dos cantos por onde passei
Canta-se um canto em cada um
Cantam-se vários cantos sem intenção.

Dos ladrilhos nos quais pisei
Pisa-se um piso que é gente, que na recíproca
Pisam sistemas sem medo.

A sonoridade dos cantos
Não expressam as cores dos ladrilhos.
A firmeza dos ladrilhos
Não servem pra segurança dos que os pisam.

Ladeiras ladrilhadas
Canções mudas
Meninos ladrilhados
Ladrilhos Mudos.

Salvador, madrugada de 23 de maio de 2011.

Cenário: Escrito inspirado no emudecimento das gentes, principalmente dos meninos do pelô. Emudecidos, sem voz diante de suas realidades. Pisados como os ladrilhos históricos das ruas do Pelourinho.

Partilhas

"Gostei muito da poesia postada no Blog. A poesia me fez refletir sobre a coesão, a escravidão do povo negro e por tudo que passamos nas nossas viagens. Ações negras silenciadas naquelas ladeiras suadas e cansadas dos anos de maus tratos. ladeiras qeu viram vidas nascerem e morrerem, ladeiras que passaram a ser nova morada, nova patria não amada e imposta.
Belíssima!!" (Bruna Rafaella - PJMP - Olinda e Recife)

Ladrilhos Mudos (Luis Adriano Correia)

Dos cantos por onde passei
Canta-se um canto em cada um
Cantam-se vários cantos sem intenção.

Dos ladrilhos nos quais pisei
Pisa-se um piso que é gente, que na recíproca
Pisam sistemas sem medo.

A sonoridade dos cantos
Não expressam as cores dos ladrilhos.
A firmeza dos ladrilhos
Não servem pra segurança dos que os pisam.

Ladeiras ladrilhadas
Canções mudas
Meninos ladrilhados
Ladrilhos Mudos.

Salvador, madrugada de 23 de maio de 2011.

Cenário: Escrito inspirado no emudecimento das gentes, principalmente dos meninos do pelô. Emudecidos, sem voz diante de suas realidades. Pisados como os ladrilhos históricos das ruas do Pelourinho.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Soneto de Estrada, Verso e Canções (Luis Adriano Correia)


É hora de pegar a estrada...
É hora de encontrar caminhos. Criar.
Fugindo, viajando... Tranquilo?

Viajando sob pés e pensamentos
Fugindo de fatos, acontecimentos
Agoniado! Pois tranquilo não fico.
Tua culpa. Sentimentos.

Em versos de estrada e poesia sonora
Sitonizam-se em nós. Pessoas.
Nunca fora tão estampada e escondida
A sonoridade do que nossas rádios transmitem.

Noite de chuva intensa,
Medo caseiro e ribeirinho.
E passa a vida como enxurrada.

Caruaru, 08 de maio de 2011. Frio domingo de outono.


segunda-feira, 28 de março de 2011

A arte de lavar roupa (Luis Adriano Correia)


Quem lava roupa
Pensa na vida!

Quem lava roupa sente a vida passar diante da roupa lavada
Sente a história das roupas
Sente as mãos frias de sonhos.

Quem lava roupa não lava somente a roupa
Lava o orgulho e a soberba
E sente cheiro do novo.

Hoje lavando a roupa
Senti um cheiro de história
Da vida passada e de anos levados embora
O cheiro que exalava das roupas ainda molhadas
Trazia presente o jasmim de “Seu Abel”
Onde minha mãe e outras mulheres lavavam roupas
Quando faltava água em nossas casas.
E vinha a lembrança dos pinotes que eu dava às vezes só
Às vezes com outros meninos
E minha mãe gritando: “Tá sujando a água menino!”
Lembrei do caminho que nos levava até lá
Estrada de barro batido, e uma estreita trilha pra chegar
Do alto alguém gritava
Pra saber se tinha gente embaixo
Talvez tomando banho
Ou lavando os seus próprios pratos.
E quando não tinha ninguém
Lá íamos nós...
Sentir o cheiro do sabão bruto nas roupas
Dos cajás que caíam na água
Do seu doce sabor azedo
E da brincadeira que só cessava
Quando o sol já quase sumindo.
E com a bacia cheia de roupas cheirosas
Iam embora minha mãe e nossas vizinhas.
Os filhos delas e eu.
Hoje depois de homem feito lavei roupa
Senti-me criança de novo!

Lavei roupa!
Com a vida passada no cheiro do sabão...

Lavei Roupa!
Com a vida agora vivida esfregada pelas minhas mãos...

Lavei roupa!
Com a vida que há porvir evaporando com gosto e cheiro de sabão.

Caruaru, 24 de março de 2011.

quarta-feira, 23 de março de 2011

De amor e de Morro (Luis Adriano Correia)





As luzes do alto do morro
Lembram-me coisas não vividas
E se não vividas
Porque lembradas?

O Bom Jesus abençoa
Moradores e namoradores
Encantador por sua beleza
Em desigualdades escondida.

Queria eu ter subido
As escadas que levam a ele
Se levam ao bom Jesus ou ao morro
Sei que não morro sem nenhum deles.

Nem estou agora em seu cume
Nem durmo mais a seus pés
Mas de cá de longe o avisto
E quem sabe um dia conquisto
O direito de saber quem és.

Escrito em Caruaru na madrugada de 18 de março de 2011. (dispensa descrições)


sábado, 19 de março de 2011

Tracejados afins....


Entrego-me às madrugadas
Mesmo que me dilacerem.
Tento não ser convencional
Para que assim não me torne
O “ser” que os outros querem.


sexta-feira, 18 de março de 2011

Soneto aos ventos amantes (Luis Adriano Correia)


Devia ser eu feito vento
Ligeiro a passar pelas ventas
E com vida assoprar poesia.

Devia entrar pelas narinas
E com melodia e arte
Encantar-te num fino assobio.

Tu devias teu peito encher
De ar puro e demais confiante
Abundante queria eu ser
Ser também teu eterno amante.

Tu devias se dar ao prazer
E não te tornar ofegante.
O que pensas que tem em teu peito?
Tens pulmões ou agora és fumante?

Escrito em Caruaru na madrugada de 18 de março de 2011, sentindo os ventos ligeiramente frios que sopravam da janela de meu quarto.


quarta-feira, 16 de março de 2011

Avancemos para águas mais profundas¹


Luis Adriano Correia da Silva²

Eis que se renova o pedido!
Eis que um novo tempo chegou!

Avançar para águas mais profundas, sair das águas espraiadas e ter força para enfrentar o alto mar não é tarefa de fácil realização. É preciso encantar os tripulantes. É preciso fazer com que percebam que o sonho contido nesta nau seja um sonho coletivo, trazidos pelas mãos calejadas de homens e mulheres que em sua juventude remam em busca do novo. É preciso buscar a profundidade das águas. É preciso arriscar-se. Mas essa busca não pode limitar-se apenas ao anseio. Encantamento não basta! É preciso organizar os trabalhos e dividir as tarefas, assumir nossas responsabilidades e amar, mas amar incondicionalmente. Como um dia aquele jovem nazareno, que desde outrora é quem lidera essa expedição, amou e continua nos amando. Afim de que tenhamos mais e mais amor pelas gentes e pela juventude. Por isso é que não queremos avançar sem saber o que virá. Temos objetivos, sabemos a quem encontrar. Agora nos resta ter coragem de irmos de encontro às águas inquietas, e orientados por Jesus Cristo, nos aquietaremos nas noites em torno da palavra que Ele anuncia, e nos faremos inquietos de dia lançando às redes onde Ele mandar. E faremos ecoar das bases uma Pastoral autêntica, que brota da vida e da história do jovem popular, a partir de seus sonhos e desafios, e de uma tão esperada reconstrução de valores. Tendo a mística estampada em seu testemunho, e a espiritualidade cristã marcando e sincronizando o ritmo das remadas a gritos coletivos por vida plena.
Avançar significa ir até onde outros ainda não foram, ou simplesmente abandonaram o barco no meio do percurso, ou até mesmo tomaram outras direções. O mar é imenso! É preciso direcionamento, foco! Onde nos encontramos neste imenso mar da caminhada da PJMP? Para onde estamos remando? Estamos ouvindo Jesus falar? Talvez nos enganamos em confiar na nossa grande experiência de pescadores/as e não atentamos aos verdadeiros sinais. Aqueles vindos da simplicidade das experiências. Chegamos muito longe. Alcançamos muitas vitórias. Não podemos agora descansar nas areias da praia. O mar é o mesmo! A vida contida nele é outra! É hora de refazer o percurso, por esse motivo renova-se o pedido!

Eis que novo tempo chegou!


1. Texto escrito por ocasião dos 25 anos de história da Pastoral da Juventude do Meio Popular na diocese dos Palmares, Pernambuco, em 26 de março de 2011.

2. Luis Adriano Correia da Silva. Professor Especialista em Gestão da Escola. Militante engajado da Pastoral da Juventude do Meio Popular. Diocese dos Palmares-PE.


Tracejados afins...

"Relacionar-se é como coreografar uma apresentação artística. Leva tempo até que os artistas sincronizem todos os passos. Ensaiam, erram, superam-se! E apresentam no teatro da vida o grande espetáculo de duas ou mais vidas convertidas em uma só".

Escrito na segunda-feira de carnaval de 2011, em Olinda, buscando inspiração para sincronizar meus passos.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Surto de Poesia (Luis Adriano Correia)


Não sou apenas pernambucano.
Fui forjado como num coito de borboletas mutantes.
Perigosamente lançado ao mundo como poesia egoísta.
Subitamente emotivo.
Acometido de doença sem dores e fortes surtos.
Como que em meio a seres de outro mundo,
Faço dos seres deste mundo personagens psicodélicos de minha loucura.
E já nem me sinto uma tonta marionete, nem ventríloquo, nem espectador...
E talvez já nem me reconheça em minhas próprias travessuras.
Por medo de assumir meu personagem?
Ou por gostar de fato do ser caricato que sou?


Poesia Escrita em Ibiratinga na manhã de verão do dia 06 de fevereiro de 2011. Depois de rolar na cama sem conseguir dormir. Lembranças...