domingo, 8 de março de 2015

Sangue (Luís Adriano Correia)

Hoje eu acordei com sangue nos olhos
Com a vista marejada da saudade e da memória
Saí de casa, corri pro mundo
Como quem devora uma ventania.
Coração pulsante e inquieto
Buscando um novo alento, sedento.
Da novidade do sonho esperado, lá dentro.
Saudades do meu velho
Saudades das lembranças que nem pude ter.
Pensei no meu povo de casa
E o sangue continuava lá, crescente.
Quis extrair de mim a mais corajosa atitude
Queria sangrar minha saudade amiúde
E tingi no meu corpo o afeto
Sussurrei pra minh'alma, desperto.
Que a saudade sentida é real
Que calada é latente e leal
Tive pai, mas me sinto deserto.

Caruaru, 12 de dezembro de 2014.

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