Sou aquele pernambucano arretado
que sobe as ladeiras da sé
sou aquele menino danado
que descalço corre
sem nada no pé.
Sou o rei que tem passo apressado
no maracatu das paixões
sou então, folião arretado
integrante de todas nações.
sou o som que ressoa vibrante
que no pátio do terço se espalha
sou dos mil afoxés encantantes
e do público que se malha.
Sou dos becos do Recife Antigo
Da galera que anda a pé
Lá pela rua da Moeda
Sou mais um que sabe o que quer.
Sou quem sabe o que tem por trás
das pontes no meio da cidade
sou das gentes do meio do mangue
sou o vento, não tenho idade.
Na cidade do passo apressado
Do frevo e das coisas belas
uma valsa triste ressoa
e de pessoa em pessoa
parece que a vida não passa
a dignidade não passa
oportunidade não passa
e o bloco da vida animado
nada mais é que desgraça.
Escrito na madrugada de 21 de Outubro de 2010. Após uma provocação de quem sou eu pelo msn...
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